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O vento fala comigo, avisa-me da chuva que chega, a chuva que purifica e limpa. É uma dádiva do pai! 
A chuva que se entranha na mãe terra para nutrir e dar alento.
O vento chama-me, sinto a energia da tempestade, dos trovões que vão clarear a noite.
O vento baloiça os meus ramos, retira as folhas velhas, a chuva limpa e nutre-me.
Os raios enchem-me de energia, brincam nos céus, crianças com voz grave, clarões de luz que rasgam véus.
A mãe chama-me, pede-me para a ouvir, ouvir o seu grito, a sua prece e repete incessantemente 'Vêm és minha filha, és muito amada e protegida nunca te esqueças disso'.
A energia envolve-me como asas aladas e invisíveis que me aconchegam e embalam.
Sonho com coisas que foram, que são e que ainda serão.
Oiço o rumor das águas nas profundezas da terra, os rios que borbulham para além do visível.
Me apresento 'SOU O QUE SOU', a guerreira, a curandeira, a wicca, a contadora de histórias, ...
Meu verdadeiro nome ficou esquecido, mas ouvirei o chamamento e este me será revelado.
Deixarei as folhas caírem, o que foi já não será mais, renasço das próprias cinzas, tal como a Fénix.

Como os sonhos me envolvem, perfeitos, com o seu amor.
Por vezes me questiono sobre o ser.
Mas o ser não é para ser questionado, ele simplesmente é.
Para além do bem e do mal.
Ele é tudo e todos.
Tudo aceita na sua sabedoria infinita, pois ele tem os segredos do universo.
Tudo está nele, tudo inclui, nada exclui.
Não existe sofrimento ou desarmonia onde ele habita, só paz e amor.
Amor que transborda, que está dentro e fora.
Um amor magnifico, puro que inclui e interliga tudo e todos.
E a paz tão necessária no coração dos homens. <3

Espero por algo que nem eu própria sei, não me reconheço mais e no que me tornarei não vislumbro ainda.
Dei-me conta que sou tantas e o silêncio é o que tudo unifica.
O meu coração pulsa, como se tivesse pressa, tento ouvir, tento estar mais consciente em todos os momentos da minha vida.
Tento ver o que está para além dos véus, tento aceitar que é assim a jornada, uma estrada cheia de curvas, névoas e ventos contrários.
Os céus esses não nego, tal como não nego a mãe e o pai, tudo o que somos se completa com o todo universal.
Se simplesmente fosse possível sermos só o que somos, tudo seria perfeito.
Somos pouco ou muito, segundo a segundo talhados na teia da vida, nas teias do mundo.
A máquina aprisiona-nos, mantendo-nos longe de nós. Vêm até nós, provocando-nos, com as suas tempestades, ventanias, com medos e lembranças que já não são nossas.
Viajamos para tão longe e de tão longe!
Cansados da jornada, acabamos por parar e o tempo, as horas, os meses e os anos passam e o caminho torna-se indefinido.
Em que dimensões andamos? De onde viemos?
Que saudades de casa, de outros sabores, outras vivências,...
Depois voltamos novamente a morrer-renascer-viver-morrer.
O tempo passa, tudo se torna irreal e sem importância e ao mesmo tempo tudo volta a ser tão vivido, intenso, à flor da pele, como se jamais o tivéssemos feito.
Amasse intensamente, sente-se intensamente, sonha-se intensamente, só não se sabe o caminho.

O outro vem para te ensinar, por vezes só para abrir caminhos dentro de ti, para te abrir o coração.
Ao aceitares, as portas vão se abrindo de par em par e descobres que és tanto quanto possas ser.
O coração é a chave que dá acesso aos milagres dentro e fora de ti, não o feches, ele é para estar aberto e livre.
Deixa-o bater e te mostrar uma viagem, te cantar uma canção, a tua canção, a tua verdade.
Não temas, deixa-o ser, sê o que és, por vezes não te vão compreender, por vezes não poderás ver o caminho, mesmo assim caminha e saberás o que te espera.
Saberás tudo a seu tempo - Paciência.

Como os sonhos me envolvem, perfeitos, com o seu amor.
Por vezes me questiono sobre o ser.
Mas o ser não é para ser questionado, ele simplesmente é.
Para além do bem e do mal.
Ele é tudo e todos.
Tudo aceita na sua sabedoria infinita, pois ele tem os segredos do universo.
Tudo está nele, tudo inclui, nada exclui.
Não existe sofrimento ou desarmonia onde ele habita, só paz e amor.
Amor que transborda, que está dentro e fora.
Um amor magnifico, puro que inclui e interliga tudo e todos.
E a paz tão necessária no coração dos homens. <3

Hoje sou uma mulher inteira, sou sombra e luz, me amo e mereço alguém inteiro, que saiba o que quer, sem ilusões nem manipulações.
Pois é isto que mereço, alguém que livremente escolha partilhar a sua vida comigo, não quero, não mereço e nem desejo metades, migalhas.
Hoje e sempre eu mereço e permito-me amar e ser amada livremente, sem amarras, sem jogos, de igual para igual, numa relação em que a compreensão, respeito e harmonia prevaleçam para lá das tempestades mundanas.
Não quero um anjo, quero e mereço um companheiro.
Não quero um santo, esses estão nos altares das igrejas e colocam-se num pedestal demasiado alto.
Quero e mereço alguém que saiba ser, que seja sombra e luz, que possamos partilhar e crescer, passo a passo.
Não quero que venha num cavalo branco, pode vir a pé, mas que tenha a certeza de onde quer estar, não interessa se por muito ou pouco tempo, desde que esse tempo seja infinito no tempo que durar.

Acredito em semear sorrisos, pequenos gestos, pois acredito que podem e fazem a diferença em nós e no outro, há algum tempo que acredito nisso.
Um momento de atenção com um estranho que está a precisar de desabafar e não percebemos porque o decidiu fazer connosco numa mesa do café, o dar lugar a alguém no supermercado, o sorrir a alguém simplesmente, pequenos gestos, sorrisos, demonstrações de carinho, de respeito e de consideração pelo outro, seja ele quem for.
E dei-me conta que muitas vezes na minha vida, têm sido, os desconhecidos que me tem dado o alento que preciso para continuar, que me fornecem aquele carinho que preciso naquele momento, quando acordo num dia nublado.
Muitas vezes são aquelas pessoas que conhecemos há pouco tempo, meses, dias, horas, que tem feito a diferença na minha vida.
Esperamos por vezes essa atenção daquelas pessoas que conhecemos há algum tempo, anos, e são essas pessoas que nos falham continuamente, mesmo quando finalmente ganhamos a coragem de pedir ajuda.
Não que tenham qualquer obrigação, muitas vezes também nós falhamos com eles, somos todos humanos, com virtudes e defeitos, alguns mais conscientes disso outros menos.
No entanto, a ajuda, o sorriso, o gesto vem das pessoas mais improváveis, que muitas vezes nem se dão conta o quanto um simples gesto foi acolhido como algo magnifico e essencial pelo outro, naquele momento era tudo o que precisava.
Por isso vos digo continuemos a semear pequenos gestos, sorrisos, só porque sim, só para iluminar o dia de alguém, só para que o outro possa sentir que não está só, todos nós precisamos disso em algum momento da nossa vida. <3

Há pouco tempo acordei com uma frase que me saiu da boca 'tempestades se apregoam', e assim foi o meu dia.
Senti vontade de questionar, de colocar pontos nos is, pontos finais.
Sim, sou pessoa de pontos finais não de reticências.
Depois da tempestade passar, apercebi-me que efectivamente, estas servem para nos mostrar muita coisa.
Quem somos, onde estamos, para onde vamos, quem está connosco, onde pertencemos e onde deixamos de pertencer.
Ela não tem de ser má, mostra-nos verdades, de uma forma crua, sem rodeios e mimimis.
Mostra o que nos negamos a ver, quebra laços e amarras que nos recusamos a quebrar.
Mas tudo volta ao eixo, a tempestade passa e com ela leva as folhas mortas, os ramos secos.
Ela também é necessária para abanar as crenças e ilusões, para levar o que está morto, para que haja renascimento ou reconhecimento de que somos bonança e tempestade.
Ambas são necessárias, não são boas ou más, são o que são.

Ama-te e aceita-te.
Ama-te e aceita-te por tudo o que és.
Ama-te e aceita-te quando te sentes indigna, imperfeita, quando te fazem sentir indigna ou imperfeita.
Isso é um espelho do teu inconsciente, assim ama-te e aceita-te ainda mais nesses momentos.
Ama e aceita cada um dos teus átomos, cada uma das tuas acções, cada respiração, tudo o que és.
És muito amada e protegida, jamais em momento algum o esqueças, és perfeita em tudo o que és, assim aceita-te e ama-te plenamente.
Em toda a sombra há luz, em toda a luz há sombra, tudo é perfeito, aceita-o e vive plenamente cada novo dia, com todas as lições, com todas as maravilhas que vêem até ti.
Verás que tudo é perfeito, verás que tu és perfeita do jeito que és.
E assim evoluirás, limarás arestas, polirás o diamante magnifico que existe dentro de ti e ele iluminará tudo e todos os que virão até ti.

Eu sou mulher, não sou um recipiente onde tu despejas os teus desejos.
Eu sou mulher, quero e mereço ser amada, protegida e respeitada.
Eu sou mulher, não sou o teu saco de boxe onde derramas a tua ira.
Eu sou mulher, quero e mereço ser livre, não quero escravidão, quero continuar livre, não quero grilhões que me prendam.
Eu sou mulher, a única coisa que aceito é amar plenamente.
Eu sou mulher, não sou só um corpo, estou muito além de ser só um ser físico, também sou emoção, sou um espírito livre, só sou, posso e quero ser amada como um todo.
Eu sou mulher, se não queres entender e tratar como mereço, vai, segue o teu caminho, pois na minha vida não terás lugar.

A vida prega-nos partidas, para ver se aprendemos a lição, as coisas são o que são e a única coisa que deves temer é o próprio medo.
Medo de não ser o suficiente, de errar, de perder, de ser,...
A única coisa que podes fazer é viver no aqui e agora, tentando sentir todos os momentos como únicos, confiando em ti, na tua sabedoria interna.
Confiando no que te é pedido, no que te é mostrado, no que te é dito.
Chegará o dia em que todos poderão ver a magia que há em tudo, a matriz.
Verão a beleza de tudo o que existe, os que agora são considerados estranhos e loucos, serão absolutamente normais.
Todas as experiências que vêem até ti, são só tuas, só tu as podes viver dessa forma.
Não tentes explicar, não te canses, o outro não entenderá.
Pois a aprendizagem e o caminho só a ti te pertence.
Une-te ao teu 'eu', mantém essa ligação, contra todos os ventos contrários, pois eles não te poderão afectar se não o permitires.
Olha em volta e sente, vê com os olhos da alma, ouve, sente, cheira, deixa-te conduzir, fluir.
Deixa que cheguemos até ti, permite-nos guiar-te, confia.
Expõe tudo o que és, não temas, és o que és.
Não te guies pela mente, mas pelo coração, mantém-no aberto ao que vier.
Vive o dia, cada segundo, sente, simplesmente isso.

A águia encontrava-se acima das nuvens, do mundo não tinha perspectiva, pois o muro de nuvens era denso e cinza.
Resolveu descer, tinha saudades de ver os montes e vales.
Encontrou uma brecha no céu e assim fez, desceu calmamente, sentindo o aumento do vento à medida que descia.
O vento está mais forte aqui em baixo, mas a visão é fantástica. 
Foi voando em círculos, aproveitando o vento, podia ver tudo o que se passava lá em baixo.
O coelho que escapou da raposa, os namorados debaixo do carvalho, aquela mulher a estender a roupa, o rio que em tons cinzentos espelhava o céu, as árvores que baloiçavam ao sabor da ventania, uma esplendorosa manifestação de vida.
Quando se cansou voltou a subir, a romper as nuvens em direcção a casa.
Mas antes tentou absorver as cores, as formas, para se poder recordar, pois quando voltar a sentir necessidade de descer nada seria igual e tudo seria igual.
Era sempre assim, as cores mudavam, as formas mudavam, os sons, havia uma mutabilidade, tudo era movimento, mas lá em cima ela conseguia percepcionar a imutabilidade que residia em tudo.
E pensou, até à próxima, feliz por este encontro, com felicidades me despeço e que feliz seja o reencontro. Saudação tão antiga como ela, mas que jamais esqueceu.

Sentes nas veias, no sangue que flui dentro de ti, que algo te chama.
Mas foges, escondes-te de ti mesma, tens medo da tua intensidade.
Escamoteias, passando por indiferente, rainha do gelo, quando existe um vulcão dentro de ti.
Um vulcão de lava ardente, tens medo desse fogo, da sua incandescência.
Assim, mantens uma capa dura, de quem suporta tudo e nada pode atingir.
Por dentro és brasa, sensações, revolução, raio, trovão, por fora uma calmaria quase insana.
E porquê? Para quê?
De que tens medo?
De te queimar, de queimar tudo o que tocas.
Afinal de que serve viver se só o fazes pela metade, mantendo-te prisioneira num bloco de gelo, num eterno inverno.
E as outras estações, quando deixarás a primavera florir, o sol de verão te incendiar e as chuvas de outono te refrescarem.

A lua espreita do céu, vê as luzes na terra e se pergunta, se por cá também moram estrelas.
Estrelas tão próximas que fazem fogueiras sempre que o sol se põe, se nos alegramos por a ver e por vezes esconde-se para não a vermos.
Tão longe e tão perto de nós que sonhando lhe podemos chegar, outras tão distante que só na fantasia podemos sentir a sua presença.
Quando de mãos dadas andamos e a olhamos com olhos cheios de esperanças então sim, podemos alcança-la, pois ela nos dirige o seu melhor sorriso, obliquo como só ela sabe dar.
É mulher cheia de mistérios, fases, saudades e sentimentos, extravasa, meio cheia, quase completa ou nada, quase nada. Navega junto às estrelas, mas não tão próximo que consigam revelar seus segredos,
Estéril, talvez, mas não nos meus sonhos, nestes é plena inteira, olhar de mulher e sorriso de criança, que brinca e ri num jardim de ilusão.

A eterna dança que sentimos,
A dança dos eternos amantes,
Que se tocam fugazmente.
Olham-se, olham-nos,
Vão alterando as nossas vidas com sua dança.
Mostrando-nos facetas de nós próprios,
Pois como eles também fazemos a dança da vida,
das estações, das marés, ...
Lembram-nos o que somos, de que somos feitos,
libertam as memórias, as feridas, os sonhos,
para que possamos reconhecer, sarar e 
seguir em frente sonhando e realizando.
Libertam a magia que existe no nosso âmago,
Libertam as nossas asas para podermos voar,
Fazem-nos sonhar alto para que possamos ver mais além,
Mas dentro de nós, pois é lá que se encontram os segredos,
Nesta eterna dança imutável e bela levam-nos mais além.

Hoje acordei com um vazio no peito, cheio de lágrimas não choradas, de gritos presos na garganta, de sonhos que não vivi.
Uma pergunta quem sou?
Sou tudo o que vivi,
Sou tudo o que senti,
Sou tudo o que amei,
Sou tudo o que chorei,
Sou tudo o que sonhei,
Sou tudo o que realizei,
Mas descubro que sou isto e mais, também
Sou o que não vivi,
Sou o que não senti,
Sou o que não amei,
Sou o que não chorei,
Sou o que não sonhei,
Sou o que não realizei
Sou o que me permiti ser e também o que não me permiti ser.
Todos os dias descubro uma parte de mim.
Já fui coragem,
Já fui amor,
Já fui fraca,
Já fui carente,
Em qual delas me reconheço se sou todas.
Perco-me, reencontro-me e perco-me novamente.
Sou mulher, não sou perfeita e nem sempre sou coerente.
A vida dá voltas incessantes, por vezes volta ao ponto de partida, mas nunca somos os mesmos, jamais podemos ser os mesmos.
Quem sou?
Sou tantas, já fui tantas e a que sou agora já não serei amanhã. Serei o que construir.
Ah, então que seja amor incondicional, que seja paz, que seja abrigo na tempestade, que seja harmonia.
Ou então, que eu seja a tempestade, aquela que desmascara os véus, a que grita e chora contra as imperfeições
Neste momento o céu está azul cobalto permeado de estrelas e eu observo, as pessoas vêem e vão, as luzes acendem e apagam-se e dou por mim a pensar no porquê desta azafama, das discussões, quando tudo se resume a este céu.
Ah! Esse continua azul cobalto permeado de estrelas!

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