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Amor!

Desde cedo me questionei sobre o amor e todas as suas facetas, ao longo do tempo descobri que aquilo que sentimos por amigos, família, as pessoas que vêem até nós é uma parcela muito pequena do que é o amor, um reflexo.

Debrucei-me sobre o amor entre pessoas que se escolhem para se acompanhar no caminho e deparei-me muitas vezes com tudo menos com amor, deparei-me com a necessidade de possuir, com a necessidade de se ser amado, protegido, ficando dependente do outro, dando-lhe total e completamente as rédeas da nossa felicidade, da nossa vida e quando as relações acabam, vem o ódio, o desprezo, a depressão, a vingança, o destruir o outro e quantas vezes acabamos por nos destruir a nós próprios.

Isto não é amor! 

Amor é deixar o outro em liberdade, é muitas vezes aceitar que a pessoa não faz mais parte da nossa vida, e continuar a sentir carinho e gratidão por tudo o que aprendemos, tudo o que vivemos com essa pessoa.

Os caminhos separaram-se porque assim tinha de ser, não deverá ser a causa do nosso sofrimento ou rancor, pois o amor não tem contrário é absoluto e perfeito.

O que nos doí não é causado pelo outro, o que nos doí são as nossas feridas, muitas das quais não nos lembramos de nos terem sido infligidas.

O amor liberta,

O amor ilumina,

O amor tudo cura.

Se a pessoa quer ir embora, é porque o vosso tempo de aprendizagem acabou, deixa-o ir, liberta-te, liberta-o, perdoa-te, perdoa-o, só assim faz sentido.

Se for para ser teu, ele encontrará o caminho, se não for para ser, que seja feliz.

Confia, haverá outro alguém que saberá te encontrar, segue em frente, voa em liberdade, caminha, liberta-te das amarras e vai com o coração aberto, dá e recebe amor.

Este poderá ser encontrado nas mais pequenas coisas, num raio de sol que rompe de um céu nublado e que nos envolve no seu abraço, uma pequena flor que insiste em crescer no sitio mais despropositado, num sorriso de uma criança, ele mostra-se das mais diversas formas.

E é maravilhoso quando estamos conscientes de que ele está em tudo, e que podemos colocar em tudo o que fazemos, dizemos ou pensamos. E que ele é imenso, infindável, cada vez que emites amor, ele vem até ti multiplicado.

Apercebes-te que as pessoas te tratam com amor, que cada vez mais te sentes rodeado por amor, carinho e compreensão, porque é isso que emites.

Assim a vida fica repleta de magia, de pequenos milagres, é uma sementeira, ao tratares-te com amor e tratares o outro com amor, é isso que retorna.

Ama-te todos os dias um pouco mais, perdoa as tuas falhas, ama o outro, perdoa as suas falhas, isto é uma aprendizagem e verás como tudo se tornará pleno e harmonioso na tua vida, pois o amor é inato, se deixares ele vem até ti e mostra-se, ele faz parte da nossa essência.

És o suficiente!

Não sei em que altura da vida começamos a acreditar que não somos o suficiente, se nos é incutido pela família, na escola, desde tenra idade ou se foi na adolescência, quando ainda somos crianças a tornar-nos adultos, em que não somos nem uma coisa nem outra.

Mas uma coisa eu sei é um sentimento que é muito comum, quer gostemos de admitir ou não.

Não se é suficientemente bonita, magra, interessante, inteligente, uma infinidade de coisas.

Acabamos por desistir, antes de sequer tentar, de um projeto, de um relacionamento, de uma aventura, porque aquela sensação nos aprisiona, queremos voar, mas parece que temos a asa partida ou então simplesmente não o sabemos fazer, as desculpas são múltiplas ainda não temos os conhecimentos necessários, não temos o corpo ideal, não sabemos dançar, nadar, etc. Estamos sempre a tentar alcançar uma perfeição autoimposta, provavelmente nem nos conseguimos lembrar onde tudo começou.

Poderás chegar à conclusão de que foi uma aprendizagem lenta, resultado de todas as vezes que fracassamos, não tivemos aquela nota em determinada disciplina, todas as vezes que não te chamaram ou te recusaram a entrada num determinado grupo.

Podemos pensar que poderá ser um sentimento positivo, no sentido que estamos sempre a tentar melhorar, estudar mais, ter cuidado com a alimentação, fazer desporto, mas a verdade é que com essa crença, que está enraizada dentro de ti, por mais que lutes nunca vais conseguir ser o suficiente, como aquelas pessoas extremamente magras que quando se olham no espelho vêem-se como obesas.

Vais protelar a tua vida por nunca seres o suficiente, vais acreditar e deixar que as pessoas te humilhem e maltratem, vais levar o teu corpo ao limite, fazendo cirurgias ou deixando de comer.

Tu és o suficiente, podes não ter o corpo perfeito, mas as próprias modelos pelos quais reges as tuas expectativas tem o mesmo problema, também não se consideram perfeitas.

Tenta fazer as coisas mesmo que consideres que precisas de saber mais, continua a tentar melhorar, aprendendo tudo o que possas, mas avança, ficarias espantada com as coisas que consegues fazer, com as coisas que sabes.

Não sejas tão critica contigo, não és perfeita, nunca serás perfeita, foge das pessoas que se consideram perfeitas, pois adivinha - Não existem pessoas perfeitas!

Procura ver o que és, sem receios, descobres que consegues fazer tudo desde que te proponhas a fazer, descobrirás que para aqueles que estão contigo, estou a falar das pessoas que te acompanham verdadeiramente, tu és o suficiente.

Todos os dias olha para ti, sente no fundo do teu coração, coloca-te em frente a um espelho e diz para ti própria, se for necessário grita - Eu sou o suficiente! - repete quantas vezes forem necessárias, pois é a verdade.

Intuição.

Porque te recusas a ouvir a tua intuição?

Porque não confias?

Já te foi demonstrado tantas vezes que ela nunca te engana, chama-lhe o que quiseres intuição ou premonição, ela é a tua melhor amiga, sabe sempre o que é melhor para ti.

Ela mostra-te constantemente que determinada pessoa ou situação não é o que parece, mas insistes e dizes para ti própria 'lá está tu outra vez' encolhes os ombros e recusas-te simplesmente a levar-te a sério.

És avisada de mil formas, através de sonhos, sensações, vozes, visões, pessoas, de que precisas de fazer algo ou não fazer, de ir ou não ir a determinado sítio, mas fazes exatamente o contrário.

Lembras-te daquela vez que sonhaste que um relacionamento ia acabar e resolveste ignorar todos os sinais de alerta, colocaste essa informação num lugar recôndito da tua mente e simplesmente ignoraste, passado pouco tempo o relacionamento acabou e foi como se tivesses levado um choque, como se fosse uma surpresa, quando não devia ser.

Lembras-te de estares com uma pessoa e de repente, apesar de ela parecer sincera e agradável contigo, tu viste a máscara a cair e o que surgiu por trás era desprezo, engano, os verdadeiros sentimentos da pessoa, e imediatamente a tua mente disse 'não é possível, estou a ficar louca', para depois descobrires que era real.

Quantas vezes sabes, simplesmente sentes quando algo não está bem, que alguma coisa está muito errada, ouves uma conversa que não deverias, chegam-te informações que não deveriam, determinada situação deixa-te estranha, nervosa, sem haver razão lógica para tal, mas insistes até ser insuportável. E para quê?

Se te é mostrado é para estares em alerta, é uma ajuda, para estares preparada, não te deixares enganar, saberes a verdade.

Todas as vezes que não lhe dás a devida importância, estás a bloquear a ajuda que te é dada e acabas a viver situações que poderias evitar, resolver ou simplesmente enfrentar de outra forma muito mais consciente.

Ao negares essa ajuda, estás a bloquear, estás a colocar-te e a aceitar situações e pessoas que não te fazem bem, que não tens de ter na tua vida.

Assim sendo, fica atenta e confia, ela nunca te engana.

Ser criança. 

Já imaginaste como verias o mundo e como reagirias ao que te acontece se ainda fosses uma criança? Sem a noção do bem e do mal? Sem pensares em energias negativas ou positivas? Sombra ou luz? 

Isto foi-me proposto e considerei a ideia interessante, viver sem medos, angustias de um amanhã que poderá nunca chegar, ou de um passado que te encheu de sabedoria, mas também de desilusões, fracassos e tristeza. 

Gosto de acreditar que nos aventuraríamos mais, que sentiríamos mais. 

A morte, a tristeza e as desilusões são coisas estranhas para as crianças. Elas vivem o presente como ninguém, elas sentem e perdoam, riem e choram no espaço de poucos minutos. Como deve ser libertador não guardar mágoas, rancores, tudo passar como uma brisa, porque só aquele momento importa. 

Não existe vergonha ou pudor na tenra infância, isso é adquirido, elas são livres, fazem aquilo que sentem sem pensar no amanhã ou no depois e muito menos em energias densas ou não. 

Por isso vivem todos os momentos, absorvem tudo, olham tudo com admiração, olhos brilhantes de espanto perante tudo o que consideram belo, tudo é vivido intensamente, tudo é aventura, tudo é possível e por isso mesmo são tão sensitivos e intuitivos. 

Podemos aprender tanto com elas, a forma como se dão sem medos ou receios, a forma como nos olham nos olhos sem nada a esconder, a forma como sorriem, como abraçam e aquele 'gosto tanto de ti' como só elas sabem dizer, tão sincero que nos adoça a alma, e a liberdade com que o dizem. 

Enchem-nos de ternura e de amor, com uma alma sábia, transparente e pura, ainda são a sua essência. 

Nessa altura ainda somos tão nós, não fomos formatados ou etiquetados e se fomos ainda não o absorvemos, integramos como nosso, pois não nos identificamos, simplesmente somos, não duvidamos de que somos especiais, importantes nesta partícula de mundo que nos foi dada para viver. 

Sabem instintivamente como reagir perante o outro, se algo não lhes agrada afastam-se, mas na maior parte das vezes surpreendem-nos com a sabedoria, sabem o que dizer, no momento exacto, coisas que nos surpreendem pela sua sensatez, doçura e simplicidade que nos apanham desprevenidos, nós que somos os adultos e deveríamos saber mais. 

Como seria se voltássemos a ser crianças? Com que sabedoria, alegria e simplicidade poderíamos aceitar aquilo que vem até nós? Brigar e fazer as pazes imediatamente? Quantas coisas seriam diferentes? Como reagiríamos perante tudo?

Abraços. 

Agradeço todos os abraços que me deram sem eu pedir, daqueles abraços sinceros que se demoram. 

Todos os que me conhecem sabem que só há pouco tempo me rendi ao poder de um abraço. 

Aproveito para agradecer a todos aqueles que continuaram a insistir em me abraçar, que quase me obrigaram a ficar ligada ao seu abraço, ou melhor me obrigaram mesmo. Como eu estou grata. 

Não consigo explicar o poder que um bom abraço tem, só se sente, sente-se o outro que está ali, que não toca e foge, não sentimos como sendo forçado por força das circunstâncias, é um abraço que demora, de alguém que está disponível, de um 'irmão', não de sangue, mas de pertença a uma essência comum. 

Descobri o quanto esse simples contacto pode ser um bálsamo, sentir o outro, sentir a sua respiração, o cheiro, sem qualquer outro sentido, a não ser 'estar'. 

Cientificamente já foi provado que faz bem um abraço, não sou cientista, mas garanto que tudo em mim se acalma, que naquele momento sinto-me ligada a tudo, deixo de me sentir só, sinto-me em comunhão com o outro, e também desejo que saiba que não está só.

Mas são tão raros esses abraços, são tão raros os seres que se permitem partilhar um bom abraço, simples, seguro e sincero. Eu própria ainda estou a aprender. 

Proponho a todos que abracem mais, simplesmente cheguem perto do outro e abracem, podem fechar os olhos, sentir a cadência da respiração, sincronizar as respirações, estejam presentes nesse abraço com todos os vossos sentidos, permitam-se. 

Vão descobrir o quanto esses minutos são preciosos, pode ser mais ou menos apertado, consoante o que sentirem, o importante é a sensação de estar presente, um misto de ternura e aconchego. 

Se ainda não experimentaram receber e dar um abraço destes, experimentem, não sabem o que estão a perder.

Ideias, de onde vêem? 

Já deve ter acontecido a muitos de nós sonharmos ou de repente termos uma ideia para fazer algo, que nunca tínhamos visto ou conhecido alguém que fizesse e, entretanto, passado um mês começam a aparecer pessoas a fazer exactamente aquilo que nós andamos a adiar e a ponderar se seriamos capazes ou não.

De onde virão estes sonhos e ideias?

Afinal de contas até que ponto as nossas ideias são nossas e não estamos a aceder a uma memória coletiva, junto com mais não sei quantas pessoas naquele momento, sendo que algumas afoitas realizam logo e nós esperamos pelo momento ideal que, entretanto, passa.

Sim, porque no universo nada fica vazio, se existe um espaço ele é preenchido, se não aproveitas outro o fará.

Acredito que tudo o que existe está desde sempre na mente universal, nada poderia ser criado do nada, sem anteriormente se encontrar latente no universo, sendo assim possível a sua criação.

Assim sendo, será que não estou a aceder à minha própria sabedoria, a que plano estarei a aceder?

É como se de repente uma ideia ficasse acessível a várias pessoas, um portal, algumas avançam outras não, mas todas acederam a essa informação.

É possível que seja assim que funcione?

Até que ponto aquilo que me vêm é realmente meu e não da família, sociedade, mundo em que vivemos, até que ponto existe verdadeira originalidade.

Depois cada um faz como sabe e o melhor que sabe, como sente, por isso o trabalho nunca é igual ou tem a mesma energia.

É como aqueles sentimentos, que de repente nos assolam, que não reconhecemos como nossos, são do ambiente onde nos encontramos, das pessoas que partilham connosco o mesmo espaço, mas não são nossos.

Assim se passa com as ideias é como se uma dada frequência atingisse várias pessoas ao mesmo tempo e depois o universo queira mostrar que afinal era possível e que outras pessoas o fizeram, pois de uma hora para a outra, onde quer que vamos ou para onde quer que olhemos vemos o mesmo.

Esclarecimento.

Sinto necessidade de esclarecer algumas situações que são comuns à maior parte dos terapeutas.

Seja qual for a terapia que considere que necessite não espere que numa consulta seja feito um milagre.

Se, por exemplo procura um massagista porque está com dores de costas, lembre-se que o problema advém, muitas vezes, de anos de má postura, de stress acumulado, entre outras coisas, como poderão compreender essa situação poderá aos poucos ser atenuada e resolvida, no entanto dificilmente será resolvido numa única massagem e a situação voltará a ocorrer se não mudar os hábitos adquiridos.

O mesmo se passará com outras terapias alternativas, quaisquer que elas sejam.

O Reiki ou outras terapias energéticas podem equilibrar energeticamente, trazendo-lhe harmonia e bem-estar, ajudar na cura de doenças físicas, psicológicas e emocionais, mas é um processo continuado, não será alcançado numa única terapia, mesmo porque por muitos motivos volta a haver desequilíbrio. Pense que o terapeuta desta área tem de fazer também o seu próprio tratamento, necessitando, por vezes de recorrer a outros colegas para poder estar bem não só pela consciência que já adquiriu, como para que possa tratar de quem a ele recorre.

Ir a uma consulta de orientação ocorre o mesmo, sejam utilizados tarot, runas, pêndulo, quaisquer que sejam os meios, só podem lhe dizer o processo em que está de momento e orientar, no entanto, as coisas mudam e a mudança que terá de efetuar e consciência é sua.

Ao terapeuta cabe-lhe, sempre que você o procura, ajudar, abrir portas para que possa seguir em frente, tornar o processo ou situação porque está a passar mais clara e orientar, no entanto, os passos serão sempre seus, ninguém pode escolher, percorrer os seus caminhos, fazer ou não determinada aprendizagem por si.

Quando vai a um médico convencional, não está à espera que com um simples olhar saiba qual é o seu problema, muitas vezes vai ter que fazer exames, tomar medicamentos, voltar para alterar os medicamentos, ir a um especialista, para poder resolver ou melhor, muitas vezes só controlar a sua doença.

Em termos psicológicos então pode andar anos a correr para especialistas e a ser medicado.

Outra situação que gostaria de esclarecer é o valor ou custo das chamadas medicinas alternativas e/ou terapias holísticas. Já fez as contas ao que gasta na medicina convencional? Quanto gasta em medicamentos?

O terapeuta sente necessidade de estar constantemente em aprendizagem de forma a melhorar e ajudar aqueles que a ele recorrem, precisa de tratar dele próprio, além de estar disponível para si, por vezes horas, muito além do que é usual na medicina convencional. Não considera que merece o valor que cobra?

Gostaria que pensassem um pouco e ponderassem estas situações com bom senso.

Confia!

Ás vezes as coisas parecem ficar complicadas, confusas, toma consciência, centra-te, foca-te, trata de ti, eleva a tua energia e confia.

Faz a tua parte e vais ver que aquilo que precisas te chega, por vezes não mais do que efectivamente precisas.

Há alturas na vida, que sentimos o chão a fugir, que parece que temos de mudar de rota, voltar para trás, desistir dos sonhos, daquilo que preenche o teu coração, mesmo se o coração aperta e as lágrimas escorrem sem perceberes o porquê.

É claro que percebes que aquela decisão não vibra contigo, mas a tua mente diz - Afinal é necessário, é o mais acertado, não posso continuar assim.

Será? Poderás voltar, para algo que não sentes, após teres caminhado tanto?

Dar um salto de fé é sempre algo que vai mexer com as tuas inseguranças e medos, por um lado sentes-te irracionalmente viva, preenchida e feliz, por outro nem sempre as coisas são fáceis, como poderemos pensar.

Medita, ouve com o coração, que caminho tomar e se a resposta é continua, vai, confia.

Que poderás tu fazer? E assim caminhas mais um pouco, confiando.

Descobres imensas coisas que consegues fazer que nem sequer desconfiavas, simplesmente sonhas ou vês e pensas, não sou capaz porque estou a pensar naquilo.

Tentas e consegues, simplesmente tenta e descobre do que efectivamente és capaz, não te coloques rótulos ou amarras, faz.

As coisas só começam a se concretizar se fizeres, tentares, seguires, confiares.

Confia nos teus sonhos, visões, vai e não questiones, simplesmente sente, vai, faz, caminha.

Não é fácil, mas é necessário confiares e acreditares em ti, ninguém mais o fará enquanto tu não fores capaz de o fazer.

Despe de uma vez por todas as vestes e segue assim mesmo de peito aberto, cabelo ao vento, coração na mão, pareces vulnerável e nunca estiveste tão forte.

Karma

Karma, tanto se fala dele, desde antes de Cristo que Hermes Trismegistus definiu que uma das 7 leis universais se baseava na principio da causa e efeito 'Toda a causa tem o seu efeito, todo o efeito tem a sua causa', a própria Bíblia refere que 'A semeadura é livre, porém a colheita é obrigatória'.

Existe uma noção generalizada que o Karma é algo negativo, esquecendo-nos de que ele pode ser positivo ou negativo segundo aquilo que fizemos, no fundo se concordarmos que viemos para a terra para aprender, então todos os acontecimentos poderão ser positivos, já que nos vêm ensinar algo, mesmo através de momentos considerados dolorosos.

Em cada acontecimento da nossa vida positivo ou negativo, nós escolhemos como iremos reagir à experiência, se vemos como aprendizagem ou não, isso compete-nos a nós, o Karma não tem necessariamente de ser mau. No entanto, muitas vezes verifico que normalmente aprendemos mais pelas más experiências do que pelas boas.

Para além de que ao negarmo-nos a aprender, reagindo sempre da mesma forma perante os acontecimentos, os resultados voltam a repetir-se, como diria Einstein 'dadas as mesmas causas, os mesmos resultados advirão' - se não mudamos os comportamentos como poderemos ter resultados diferentes?

E voltamos ao mesmo não podemos plantar trigo e esperar que nasça milho, pois todas as vezes que plantamos trigo será isso que colheremos, para colher milho temos de plantar milho, assim colocado parece fácil, quase idiota da nossa parte, no entanto no dia a dia, muitas vezes não estamos conscientes do que plantamos e ficamos frustrados e desiludidos com o que colhemos.

Existe uma prática que durante algum tempo fiz e por vezes ainda faço que ajuda a termos mais consciência das nossas ações, palavras e sentimentos, claro que o ideal é estarmos mais conscientes, no aqui e agora durante todo o dia, porém penso que para começo é muito interessante. Assim proponho que todos os dias quando chegarem a casa ou antes de dormir, tirem alguns minutos e revejam o vosso dia, como se vissem um filme, vejam como reagiram a algo, quais os vossos sentimentos, mas tal como numa meditação não se deixem envolver pelos mesmos, só observem, tentem ver todas as personagens do filme e a forma como reagem.

É muito interessante, pois com o tempo começam a aperceber-se da situação como um todo, conseguem colocar-se facilmente no lugar do outro, perceber as suas intenções e reações, bem como existe uma espécie de elevação perante a situação, o que torna o acontecimento, por mais negativo que seja, como algo mais leve, já que somos meros espectadores de uma história, um conto, mantendo a aprendizagem, esta inclusive torna-se mais clara.

Com o tempo poderemos tornar numa prática constante no nosso dia a dia.

Teias do Mundo.

Tudo está interligado, somos seres individuais e, no entanto, unidos a tudo o que existe, essa união foi-me apresentada por fios prateados que me ligavam a tudo o que existe: plantas, animais, seres humanos, basicamente tudo.

São como teias de aranha, refletidas pelo sol, parecendo frágeis, são na verdade indestrutíveis enquanto vivermos.

Desta forma, todos somos 'nós' (individuo) e tudo o que existe em simultâneo, somos espelhos uns dos outros, em todas as ocasiões devemos colocar-nos algumas questões, quanto mais não seja: O que ando a emitir? Como poderei mudar?

Tudo o que fazemos, pensamos, falamos é energia que emitimos, a qual irá fazer vibrar as teias do mundo, as teias da vida, desta forma somos responsáveis não só pela nossa realidade concreta, como também somos corresponsáveis pela realidade do mundo em que vivemos.

Não adianta por isso, desresponsabilizarmo-nos, colocar as culpas nos outros, apontar dedos, porque se não temos responsabilidade direta temos indiretamente.

Todos os dias com mais ou menos consciência emitimos energia positiva ou negativa, esta vai fazer vibrar estes fios que vão provocar acontecimentos na nossa vida, na vida de outros, na nossa sociedade e em ultima análise no mundo.

Se estivermos continuamente preocupados, com medo e sentindo-nos inseguros, a nossa realidade e o mundo vão espelhar isso mesmo que existem motivos: de preocupação, para ter medos e que não estamos seguros.

Se acreditarmos que várias pessoas que se juntam para rezar, meditar, enviar energia de cura, podem criar verdadeiras ondas de compaixão, amor e cura, é plausível acreditar o mesmo se passa com outras energias que emitimos, o contrário é que não é de todo coerente.

Já na antiga mitologia nórdica se acreditava que todos estávamos ligados através de fios, havia a noção de que poderíamos através das nossas escolhas interferir no equilíbrio do mundo, que as nossas más ações, palavras, etc., poderiam trazer má sorte, tragédia para a si, família, comunidade e para o povo. Estes fios não só nos ligavam uns aos outros, como à própria vida, as nornes eram as responsáveis por tecer e cortar esses fios, tal como na mitologia grega acontecia com as moiras, mais tarde parcas para os romanos.

Aceitem a vossa quota de responsabilidade por tudo o que acontece e tentem fazer o vosso melhor todos os dias.

Sê o que és.

Cada um de nós é um enigma para nós mesmos e não somos iguais a ninguém, parece básico, mas penso que muitos passamos pelo processo de tentar entender a nossa diferença e comparamos as nossas sensibilidades com os dos outros.

Cada vez mais me dou conta da singularidade de cada um de nós e o quanto isso é magnifico e refrescante, sermos diferentes e tão complementares.

Assim não interessa se a tua sensibilidade natural são os cheiros, as sensações do corpo, se vês, etc., não interessa se consegues juntar dois, ou se mediante as circunstâncias só uma das sensibilidades é percebida.

A manifestação de uma delas, já é o bastante para poderes desenvolver e outras faculdades podem vir a juntar-se à primeira.

Todos nós somos capacitados, desde que comecemos a prestar mais atenção e desenvolvamos aquilo que vêm até nós.

Temos capacidades inatas, que se fomentarmos, nos levarão a outras, como se fossem matrioscas, as famosas bonecas russas, em que vamos retirando e quando verificamos, em vez de uma, temos 5 bonecas de tamanhos diferentes.

Sentimos mais confortáveis com umas do que com as outras, pois estamos mais habituados a utilizar, mesmo inconscientemente, uma dessas sensibilidades, dons, o que lhe querias chamar.

Não te sintas mal, porque não visualizas, ou não sentes como os outros.

Em tudo vai ser sempre assim, quando andavas na escola as tuas capacidades eram iguais para todas as disciplinas ou em todos os temas?

Não me parece, vais ser sempre mais dotado para uma coisa do que para outra, inclusive irás falhar algumas vezes, especialmente se tentas ser igual aos outros.

Assim, aproveita e desenvolve o que é teu naturalmente e deixa fluir, não forces, não expliques e não peças desculpas por seres diferente.

Mesmo te encontrando num grupo de estudos ou do que quer que seja, todos são diferentes, sejam-no, assim todos podem contribuir para esse grupo e todos podem aprender uns com os outros.

Se todos se obrigarem a ser iguais o que esperas aprender com os outros ou mesmo com as tuas próprias experiências, não existe aprendizagem, não existe qualquer evolução, não existem capacidades diferentes que ajustadas possam ser uma mais valia, pois todos tentam ser o que não são.

Sê o que és.

Feridas.

Todos temos as nossas feridas, algumas estão escondidas, varremos para debaixo do tapete, por vezes de uma forma inconsciente, outras negamos simplesmente enfrenta-las de uma forma consciente e outras agarramos com força, não deixamos ir.

Se estas fossem visíveis, era tão mais fácil sermos compassivos com os outros, sermos amorosos, no entanto, o que vemos são as máscaras.

A arrogância que muitas vezes esconde a insegurança e a falta de autoestima.

A frieza de alguém que tem medo de se entregar, de demonstrar seus sentimentos com medo de ser magoada.

Aquela pessoa amarga e azeda que no fundo está revoltada com a vida e por esse motivo se vinga, de uma forma irracional, nas pessoas que se encontram à sua volta, trazendo mais incompreensão e azedume para si mesma.

No entanto, todos conhecemos pessoas que apesar de tudo, sorriem, abraçam, que nos surpreendem, pois apesar de todas as feridas, continuam a acreditar, sonhar, que iluminam o dia, apesar de tal como as outras terem os seus revezes.

Qual a diferença? O que as distingue?

Acredito que essencialmente a forma de enfrentar as feridas, umas vêm como oportunidade de aprendizagem, que continuam em frente acreditando que depois da tempestade vêm a bonança e que mesmo na tempestade existem raios de luz, que esta também é necessária para o crescimento, que nos deixa mais fortes, nos impulsiona a ir mais além.

Outras deixam-se ir pela tempestade, mesmo quando aparecem os raios de sol, agarram-se com tal força à tempestade que esta não passa, para estas a vida é uma eterna tempestade, pois mesmo nos bons momentos estão sempre à espera que a qualquer momento a tempestade volte, então estão sempre em constante sofrimento, muitas vezes agarradas a um passado já distante, mas do qual não se conseguem libertar.

Algumas pessoas vivem o presente, olham para o passado, sonham com o futuro, mas o presente é para ser vivido não imaginado, hoje estou bem, tudo corre bem na minha vida.

Outras vivem no passado, em tudo o que feriu, vivem o presente e o futuro como uma continuação, muitas vezes agarradas a um evento especifico que marcou a vida, nem se lembrando que ouve outros momentos felizes, pois nem sequer os viveram conscientemente.

Todos nós temos feridas, a grande questão está como lidar com as mesmas, vamos deixar que estas nos aprisionem o resto da vida? Não vamos olhar? Acreditando que assim elas desaparecem?

Elas não vão desaparecer pois fazem parte da vivência, da nossa aprendizagem individual e coletiva, assim mais vale olhar para elas e aceitar que efectivamente as temos, elas existem, mas não temos de lhes dar mais valor do que o que elas têm, ficar agarrados, mesmo porque nós somos muito mais do que esses momentos, existirão outros momentos, continuamos vivos e a cada segundo temos novas oportunidades de viver plenamente, assim, vivamos cada momento.

Ao vivermos sem medos, vamos estar mais abertos as coisas boas que chegam até nós, começamos a ter consciência de cada momento, da importância das pequenas coisas.

Para alguns pode parecer ingénuo e quase irracional, compreendo isso perfeitamente, mas nós somos muito mais do que os acontecimentos da nossa vida.

Como tal devemos olhar para eles, mas sem nos identificarmos, porque nós não somos aquilo, somos muito mais.

Assim, abram o coração, curem-se e tentem entender o outro, pois todos temos as nossas feridas e todos estamos em constante aprendizagem.

Equilíbrio

No outro dia cheguei ao prédio onde moro e deparei-me com uma senhora completamente desorientada, ela tinha começado a trabalhar para a empresa responsável pela limpeza das escadas, era a primeira vez que o fazia naquele prédio e não sabia onde estavam os produtos de limpeza, nem a água, tudo o que tinha eram duas chaves e sabia que era no andar térreo.

Estava de tal forma nervosa e desesperada que em lágrimas me pediu ajuda, tranquilamente e apesar de também não conhecer a zona da garagem, nem arrecadações, já que por ironia o meu apartamento é o único que não tem nem um, nem o outro, resolvi ir com ela e tentar ajudar.

Ela só me dizia que as portas eram todas iguais e que não conseguia saber qual das portas abrir, que já tinha tentado duas ou três, mas que não as conseguia abrir e ninguém da firma lhe estava a atender o telefone, bem como não lhe tinham explicado e dado as indicações como deve ser.

Assim, qual não foi o meu espanto quando ao chegar ao andar em questão, verifiquei que as portas eram todas iguais efectivamente, mas que tinham indicação de pertença a um andar, fora duas, uma por baixo das escadas onde se encontravam os produtos de limpeza e outra correspondente a garagem onde estava a torneira.

Quantas vezes não ficamos nós bloqueados pelos nossos medos e inseguranças, quantas vezes deixamos a parte emocional entrar em ebulição, e assim não vemos as oportunidades, resoluções, portas que se encontram bem em frente dos nossos olhos muitas vezes escancaradas e repletas de novas oportunidades.

Se a pessoa em questão tivesse levado as coisas de uma forma mais leve, respirado fundo e dito para si própria 'eu sou capaz', se tivesse conseguido manter o equilibrio emocional, provavelmente não teria entrado naquele sofrimento, teria visto o que eu vi, no entanto, estava cega, desesperada e não conseguia ver as informações que ali se encontravam.

Por vezes é isso que acontece, estamos tão focados na porta fechada, no que poderia ter sido, no que gostaríamos de encontrar, no que nos faz falta, que não enxergamos, valorizamos aquilo que se encontra bem em frente dos nossos olhos e que muitas vezes é a resposta e resolução que estamos a pedir e a precisar.

Todos podemos visualizar situações e momentos da nossa vida em que nos comportamos desta forma, não conseguimos manter o distanciamento necessário da situação, manter-nos equilibrados e de repente uma coisa pequena se transforma num furacão de tais proporções que não conseguimos sair de lá, só depois de algum sofrimento é que vemos o quanto desnecessário foi termos passado por aquilo.

Esta história, pode parecer ridícula, mas rapidamente me levou a situações em que me senti exatamente igual a ela, de tal forma cega que não vi que a resolução estava nas minhas mãos e que toda a informação que precisava se encontrava bem visível só eu não via.

Quantas vezes não fazemos um filme sobre alguma situação, entramos em sofrimento e depois tudo se resolve, como se costuma dizer 'a montanha pariu um rato', ou então fazemos 'tempestade num copo de água', tantas e tantas vezes chegamos à conclusão que se em determinado momento ou em determinada circunstância tivéssemos conseguido respirar fundo, acalmar e focar-nos tudo teria sido diferente e teríamos alcançado melhores resultados ou pelo menos diferentes.

Isto só se torna possível vivendo a vida conscientemente em todos os momentos, estarmos constantemente presentes no aqui e agora, e ao mesmo sermos observadores de nós próprios e de todas as situações sem nos deixarmos levar pelas tempestades que se formam dentro de nós.

Caminhos.

É fantástico descobrir que no nosso percurso de crescimento espiritual e autoconhecimento, os caminhos são vários e que todos estamos no tempo perfeito.

Os caminhos são vários, vamos fazendo aprendizados, assim não se espantem se de repente algo que fazíamos já não faz assim tanto sentido, ou se modificamos e não o fazemos como aprendemos.

Vamos fazendo aprendizagens e de repente fazemos algo novo, utilizando um pouco de tudo o que aprendemos e conhecimentos que nem sabíamos que tínhamos e as coisas começam a fazer mais sentido, os resultados são fantásticos, sentimos que esse caminho é o correto para nós.

Começamos a misturar os conhecimentos de acordo com o que sentimos, damos por nós a ir mais além, a sentir que podemos fazer mais e melhor, se seguirmos o caminho que ressoa com o nosso coração.

E como muitas vezes eu digo a quem me procura, se agora não fizer sentido não se preocupe, poderá fazer sentido mais tarde, mas não pare, procure algo que ressoe consigo, saberá quando isso acontecer, existe uma sensação de compreensão total do que nos está a ser dito, uma sensação de verdade profunda.

Por vezes temos medo, pois ainda se ouvem os sussurros de outros tempos, em que tudo o que era considerado estranho, como mexer com ervas, rezas, era coisa do diabo, esperamos que a qualquer momento nos atirem para a fogueira.

Não vou mentir, haverá sempre quem considere que este caminho é impuro, que nos considere loucos, quem se afaste por medo e nos aponte o dedo.

Mas que é que isso interessa, quando sentimos no mais profundo do nosso ser que esse é o nosso caminho, que é assim que podemos fazer a diferença, aos poucos vamos ultrapassando os nossos próprios bloqueios e o medo vai desaparecendo nas brumas do esquecimento.

Todos estamos no tempo perfeito, pois cada qual trilha o seu próprio caminho, não é um teste em que temos de efectuar comparações, muito menos uma competição.

Não podemos impingir ao outro aquilo que só para nós faz sentido, nem devemos abrandar o passo para que o outro nos acompanhe, cada um está no seu próprio tempo a fazer a sua aprendizagem no tempo perfeito.

Por vezes caímos na tentação de tentar levar o outro as costas, de o empurrar, só tornamos o nosso caminho mais pesado, caímos na tentação de considerar que o nosso caminho é o correto e o único, para além de estarmos a ser completa e totalmente injustos com o outro, considerando-o inferior, quando ele é perfeito e evolui ao seu ritmo, e é assim que deve ser. 

Outras consideramos os outros acima de nós, colocando-os em pedestais, seguindo o que o outro faz e diz como verdades únicas, também não é correto, pois a verdade pode ser a dele, não tem necessariamente de ser a nossa.

Assim caminhem leves, em amor pelo caminho que ressoar com o vosso coração.

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